Outro Rui Rio, o presidente da Câmara do Porto, fez a sua carreira à volta de uma imagem de rigor, de quem prefere não investir em fogo de artifício no Ano Novo porque há outras prioridades, de quem insiste em não gastar o que não tem e dizê-lo claramente, vivendo de forma modesta e honrada como contraste do regabofe de gastos eleitoralistas a que praticamente qualquer grande Câmara do País se entrega.
Rui Rio, ou pelo menos um deles, sabe que o País está falido, e que depois de trinta anos de festa todos nós já percebemos que a conta vai ter que ser paga. Rui Rio, o outro, sabe que o Governo do PS está frágil, e nada como espicaçar a forma mais primária de orgulho regional (porque obviamente é "Lisboa" que não se está a "explicar") para capitalizar essa fragilidade, mesmo que isso passe como contestação a algo (abolição das SCUT) que ele mesmo sabe ser necessário face à situação em que nos encontramos.
Até ontem, quando ele falou, tinha gostado do rigor alemão de Rui Rio, o presidente da Câmara, o tal que marcava a diferença por não gastar o que não tinha e criticar quem o fazia. Hoje descobri que há um outro. A partir de agora, pelo sim pelo não, não sabendo se será Jekyll ou Hyde a usar da palavra, é capaz de ser melhor não confiar em nenhum dos dois.
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