Tuesday, July 27, 2010

Beira Mar

Todo o tempo tem o vento
que passeia e sobre a areia
sobre as almas ao relento
sobre as ondas que rodeia

Todo o tempo tem o mar
com o som que nos afaga
sob um banho de luar
enquanto se esbate na fraga

Todo tempo tem o Sol
que aquece e alumia
que nos embala e revolve
como numa fantasia

Pouco tempo tem o corpo
que o teu calor aquece
mas é este o seu porto
a praia que não se esquece

Monday, July 26, 2010

Not so free after all

Li há pouco um artigo, da mais recente edição do Economist, que me deu que pensar. O artigo de abertura, que enquadra o desenvolvimento do tema da capa ('Why America jails too many people') relata um episódio perfeitamente kafkiano, passado em 2000, de quatro americanos que foram levados a tribunal por terem importado lombos de lagosta embalados em sacos de plástico, em vez das caixas de cartão estabelecidas na regulamentação do respectivo país de origem. Três deles foram condenados a oito anos de prisão, dois ainda cumprem pena.

No artigo o Economist coloca, com a sua habitual e impiedosa precisão, o dedo na ferida, referindo a forma como os EUA tanto conseguem ser um País a admirar genuinamente nalguns domínios como merecem a mais justificada das críticas, pelas distorções que não apenas criam como agravam e por vezes eternizam. O caso específico relatado pelo jornal deriva da Lacey Act, uma lei que penaliza os americanos que vão contra regulamentos estrangeiros nas áreas da caça ou pesca. No fundo, uma lei criada para evitar que um cidadão americano pudesse, por exemplo, contribuir para o comércio não-autorizado de espécies em perigo não cobertas pela legislação do seu País, é hoje usada com um zelo que provavelmente não estaria nas cogitações mais longínquas do seu autor original.

Na terra que inventou o sound bite, em que as mensagens politicas são pensadas para ser eficazes, logo primando pela simplicidade e universalidade, de preferência associadas a necessidades básicas ou receios primários dos eleitores, situações como esta são fáceis de explicar por quem tenha uma visão minimamente panorâmica, e o Economist tem-na de sobra: neste caso a raíz do problema assenta no ciclo vicioso que se cria quando se estabelece que um político tem que ser "duro com o crime", tendo como único efeito que cada fornada de decisores tenta tomar posições mais duras que a anterior, quanto mais não seja porque se convencionou que o inverso é um suicídio político, mesmo que mudar uma lei injusta ou ilógica seja uma questão de pura e simples racionalidade.

O Supremo Tribunal americano acaba assim por funcionar como o último guardião da racionalidade, e se nalguns casos acaba mesmo por desfazer as leis sem sentido — porque com nomeação vitalícia e o estatuto e independência que desta advém os juízes, se preocupam mais na influência que têm sobre a lógica do Estado de Direito que garantem do que com o sabor do dia da opinião pública — não é obviamente o suficiente para evitar a quantidade e variedade de excessos em que incorrem legisladores ávidos de sangue e galões pró-segurança.

Comecei por reparar neste assunto porque, liberal como sou, reparo sempre na reacção, ou melhor na ausência dela, que se regista em Portugal quando estão em cima da mesa de discussão política temas que de uma forma ou de outra afectem a nossa liberdade individual. Mas vendo mais além este é também um exemplo de como, para bem ou para o mal, as nossas percepções afectam as nossas atitudes, e se no nosso caso em particular não temos a percepção de qualquer ameaça potencial às nossas liberdades, e se acreditamos que somos de facto uma democracia civilizada e respeitadora do espaço de cada um, a nossa atitude será sempre influenciada por essa ideia, criando o terreno fértil para que qualquer político consiga roubar-nos liberdade, desde que seja suficientemente inteligente para cuidar que não nos apercebemos disso.

O problema da percepção é que é a maior das armadilhas, e o problema da política moderna é que sabendo que quase tudo se joga na percepção, dedica a esta (e não à realidade dos problemas) a maioria do seu tempo e esforço. É por isso que desconfio quando oiço falar em agravamento de penas para baixar o crime, particularmente nos momentos em que algum crime em particular preenche os escaparates noticiosos, como aliás desconfio de todas as medidas repressivas que o Estado apresente como panaceia mágica para os problemas que na maior parte dos casos ele próprio criou.

Por deformação profissional, porque afinal toda a minha vida de trabalho foi dedicada a influenciar de uma forma ou de outra as percepções dos outros, faço um esforço consciente para detectar as diferenças entre a forma como vemos o mundo e a forma que ele efectivamente assume, até porque isso influencia os estereótipos a que o nosso cérebro recorre para lhe dar ordem e racionalidade. Sucede que neste caso, se pedíssemos a qualquer pessoa para escolher entre os EUA, que o seu próprio hino nacional cantam como the land of the free, e a China ou o Irão, para dar dois exemplos de países com sistemas políticos e legais percepcionados como pouco livres e justos, o País onde seria mais provável alguém ser preso oito anos por uma violação administrativa, ninguém acertaria na opção certa. Porque afinal podemos julgar-nos livres de tudo, mas nunca o somos da prisão das nossas próprias percepções e ideias preconcebidas.

Monday, July 19, 2010

Regresso a casa

Ao voltar a casa lembrei-me do meu amor.

Aqueceu-me a sua luz na ponte
o olhar correndo o horizonte,
olhos na bruma sobre a serra ao fundo
a memória de como ela é o meu mundo
o sonho profundo que me leva na asa
o lugar de regresso, a minha casa


O meu leito, o meu espaço
O destino do último passo
O lugar do riso, do choro e do prazer
O serpentear das colinas que me viram nascer
O meu refúgio, o meu encanto, a minha recordação sempre boa
A minha cidade, a minha raíz, o meu amor, Lisboa.

Friday, July 16, 2010

Curiosidade pelo acidente

Acho que há poucas coisas mais reveladoras da forma de ser de um povo do que a forma como este se comporta na estrada. Do caos organizado de um cruzamento em Marraquexe às estradas neozelandesas onde é possível percorrer uma ilha inteira sem encontrar alguém em excesso de velocidade, a forma como se comportam ao volante diz muito da cultura e forma de pensar dos homens e mulheres de um País.

É esta relação que permite à nossa imaginação transportar-nos pelo mundo quando escutamos o relato em segunda mão da alegre desordem do trânsito de Roma, em que os sinais de trânsito são meramente indicativos, ou do caos absoluto que reina nas ruas do Cairo, onde a sinalização é totalmente irrelevante, porque se temos uma ideia de como serão os romanos ou os egípcios é perfeitamente natural que consigamos imaginar como eles conduzem.

É isso que vemos ao observar os portugueses na estrada. Somos um pouco italianos quanto ao carácter indicativo das regras, um pouco franceses quanto à forma como as respeitamos quando vigiados e toda a gente anda ordeiramente a cento e dezanove quilómetros à hora atrás de um carro da GNR na auto-estrada, e somos capazes de ignorar olimpicamente o civismo ou a capacidade de pensamento colectivo, e neste processo os mais expeditos entre nós descobrem sempre um atalho que permite fazer qualquer percurso em metade do tempo necessário a qualquer condutor cumpridor das regras.

Lembrei-me disto quando estava no carro a ouvir o boletim de trânsito do final da tarde, a propósito de uma característica que, suspeito, será muitíssimo portuguesa, porque poucos povos darão tanta importância à vida alheia como o nosso. Talvez por isso não havia sequer um vestígio de surpresa na voz do locutor da TSF quando anunciou, no mesmo tom neutro em que diria "trânsito lento na segunda circular" que tinha ocorrido um acidente na A5, no sentido de Cascais-Lisboa, mas o trânsito tinha registado "um grande abrandamento na faixa oposta devido á curiosidade pelo acidente".

Thursday, July 8, 2010

O patrocínio de loucos

Acredito que qualquer pessoa suficientemente atenta e curiosa pode perceber a maioria das grandes mudanças interpretando os pequenos sinais. Uma das coisas que mudou entre o mundo em que os meus pais se conheceram e aquele em que vivemos é a quase omnipresença da comunicação comercial, o total envolvimento das marcas no diálogo quotidiano na nossa sociedade, que as novas formas e meios de comunicação conseguiram tornar quase asfixiante, num ciclo vicioso em que a nossa atenção diminui e o esforço e imaginação de quem nos quer vender alguma coisa aumenta.

Lembrei-me disso hoje ao ver um desses sinais, no caso ao reparar na segunda vez consecutiva em algo que tinha visto no homem da bicicleta. O homem da bicicleta é — como o senhor do adeus, o simpático cavalheiro de meia idade que a maioria dos lisboetas viu, pelo menos uma vez, junto ao Saldanha ou próximo de Belém, a acenar aos carros que passavam como se todos os respectivos condutores fossem velhos amigos — um daqueles deliciosos personagens dão vida e rosto a uma cidade, suficientemente excêntricos para que a sua passagem nunca se faça sem nos marcar a memória.

Trata-se de um homem a rondar os cinquenta, de estatura média, seco de carnes e de rosto curtido pelo Sol, cabelo ralo aparado pelo primeiro pente da máquina, envergando calções ou calças de fato de treino e uma t-shirt leve, aproveitando as paragens para ajeitar as mangas da t-shirt, sempre arregaçadas até ao cimo, como se se preparasse para ir até Coimbra no velocípede e antecipasse o incómodo do percurso.

Passeia pelo meu bairro na sua bicicleta, com um rádio de pilhas no cesto frontal que toca quase invariavelmente com a intensidade suficiente para anunciar a sua chegada antes que a nossa visão periférica o faça, e se não surge com frequência também não posso dizer que passe muito tempo sem o ver. Hoje, ao encontrá-lo à porta de minha casa ao final do dia, comprovei a suspeita que alimentei da primeira vez que reparei num detalhe, no caso a forma como, bem visível nas costas do nosso personagem, numa t-shirt de côr diferente da que vestia na ocasião anterior, estava a frase certeira do patrocinador: "Celso, os melhores caracóis de campo de Ourique".

Nota: já após a publicação deste post fui informado pela minha irmã de que existe um grupo no Facebook para o homem da bicicleta. Delicioso.

Tuesday, July 6, 2010

Ao menos que votem na onda...

O poeta e Nobel da literatura T.S. Elliot dizia que 'o humor é também uma forma de dizer coisas sérias', e foi disso que me lembrei há uns dias, quando um grande amigo me relatou uma história algo rocambolesca, a todos os títulos divertida mas que, confesso, não me dispensou uma pequena reflexão.

Acredito que a nossa sociedade é um pouco com a vegetação rasteira da floresta, onde atrás da aparente calma e imobilidade do quotidiano por vezes se movimentam forças de um poder insuspeito, onde um incêndio devastador pode estar prestes a nascer sem que antes vejamos um único vestígio de fumo.

A história do meu amigo, claramente um 'gajo com onda', um conceito que necessitaria de outro post para ser convenientemente explicado, deu-se no regresso de uma reunião de trabalho, onde tinha ido com uma pouco comum (no meu amigo) indumentária formal de trabalho, com fato escuro e gravata incluída.

Nesse dia, para além de o ter feito vestir uma roupa mais formal, o acaso colocou ao seu dispôr, no momento de chamar um táxi para regressar ao escritório, um carro de turismo — um daqueles Mercedes topo de gama, normalmente pintados de côr escura, sem a pintura dos táxis tradicionais, que habitualmente se encontram à porta de hotéis de cinco estrelas — que conjugado com a indumentária lhe deu um inédito ar de respeitabilidade, embora eu mantenha para mim que um observador atento facilmente concluiria que naquele quadro alguma peça estava fora do seu sitio.

Ao parar num semáforo de uma conhecida avenida Lisboeta, e tendo aberto a janela para deixar circular o ar, o meu amigo foi imediatamente abordado por dois adolescentes que, parados numa mota ao seu lado enquanto aguardavam também a luz verde para arrancar, se dirigiram a ele num tom indignado, e tomando-o por um boy colocado em cargo bem remunerado num qualquer ministério ou empresa pública, começaram a insultá-lo de forma veemente, num chorrilho de ataques que tinham como mensagem central a forma como o meu amigo representava a concretização da opinião vigente do povo, do proxenetismo ser a ocupação da grande maioria dos incompetentes engravatados que nos governam ou desempenham, só graças a quem conhecem, cargos nas empresas que também só existem graças ao preciso dinheiro dos nossos impostos, que estes senhores se esmeram a desbaratar.

Recuperado do momento inicial de espanto, o meu amigo, que foi abençoado à nascença com uma resposta mais rápida que a própria sombra, manteve-se no seu papel o tempo suficiente para convidar à investida dos jovens, apoiado pela cumplicidade do chauffeur, que com os reflexos de um profissional adaptou o seu papel àquele que o cliente tinha passado espontaneamente a desempenhar, e convertendo-se instantaneamente em fiel motorista governamental.

Como referiu o meu amigo, o que permitiu levar a brincadeira até ao fim foi que o condutor tinha o mesmo estilo de gargalhada do passageiro, neste caso marcado pela capacidade de rir até à exaustão sem emitir um som que seja, o que lhe permitia permanecer aparentemente impassível e sério desde que evitasse rodar a cabeça, impedindo assim os jovens de verem os seus olhos, que vertiam água como os de uma autêntica Madalena, neste caso uma Madalena em perfecto êxtase hilariante.

Acesa a luz verde do semáforo, e perante o fim iminente do delicioso episódio, o meu amigo fez o que naturalmente se esperaria de um 'gajo com onda', aproveitando o momento do arranque para, com requintes de malvadez, colocar a cereja no topo do bolo, gritando a alto e bom som, os dois braços abertos em 'v' e um sorriso que escondia um turbilhão de gargalhadas, a sentença final para arrumar qualquer dúvida que pudesse ter subsistido sobre o assunto: "votem em mim, pá!".

O episódio diz bastante sobre o sentimento geral das pessoas, nestes tempos difíceis em que nem os habitualmente optimistas políticos têm coragem de anunciar amanhãs que cantam. Para mim, que sou racional e procuro sempre pensar sobre o sentido das coisas, traz-me uma preocupação adicional.

Se o nível de atenção do cidadão comum a quem nos governa é já de tal forma baixo que até o meu amigo passa por governante, é sinal que qualquer pessoa pode ser eleita, desde que tenha a imagem superficial que se cole facilmente à função.

E aqui chego à minha reflexão: é que vendo a forma como a democracia moderna funciona, e o desfecho mais habitual quando as pessoas são obrigadas a escolher entre uma boa e uma má opção, o mais provável é que da próxima vez que votarem num ocupante de um mercedes topo-de-gama, formando uma opinião sem reparar na barba de três dias que o homem ostenta ou em qualquer outro detalhe revelador, ele seja, ao contrário do meu amigo, um gajo sem a mínima onda.

Thursday, July 1, 2010

O liberal pragmático

Ontem, um dia após o Portugal-Espanha em futebol decorreu o que poderia facilmente passar por novo duelo ibérico, neste caso a Assembleia Geral onde os accionistas da Portugal Telecom decidiam a eventual venda da posição que esta detém na brasileira Vivo.

Qualquer pessoa que no ano transacto tenha passado sequer os olhos por um jornal sabe que o Brasil se encontra numa trajectória aparentemente imparável de crescimento, com uma pujança e consistência inéditas, e que como resultado desse percurso a Vivo se transformou, em termos simples, na chave da sobrevivência da PT a prazo como empresa independente e de capitais remotamente portugueses, representando hoje já metade das suas receitas e a uma proporção ainda maior do seu potencial de crescimento.

A assembleia geral teve como resultado que uma maioria de três quartos dos accionistas decidiu pela venda, aproveitando a generosidade da espanhola Telefonica, que subiu por três vezes o preço oferecido, um encaixe precioso nesta era em que a liquidez está longe de abundar, e o endividamento em que assenta a presença de muitos dos accionistas nacionais nas grandes empresas se torna cada vez mais difícil de suportar nesta nova era de crédito escasso.

Como resultado deste desfecho, o Estado português utilizou a sua 'golden share' e vetou a operação alegando "defesa dos interesses da Portugal Telecom" (deixando claro que o 'Telecom' era redundante), porque para além da velha história dos 'campeões nacionais', num País pobre e sem recursos como o nosso a PT tem funcionado como uma extensão dos governos quando é necessário investir na área tecnológica, essencial para o futuro de Portugal, algo que seguramente deixaria de suceder, para além de não podermos esperar dos espanhóis que façam mais do que os investimentos absolutamente essenciais para manter funcional e actualizada a nossa infra-estrutura de telecomunicações.

Sei que nem sempre, para pôr o tema de forma bondosa, o entendimento dos Governos do que é importante para o País coincide com o meu. Sei também da teia de interesses pouco claros que sempre surgem à volta de uma
golden share, e da promiscuidade que se gera entre os interesses das empresas, governos e partidos que controlam o Estado a cada momento. Mas também sei que há um conjunto de coisas efectivamente benéficas para Portugal que deixarão de ser feitas a partir do momento em que as decisões sejam tomadas em Madrid, e única ligação entre a empresa e o País seja a primeira palavra do nome.

Sou um liberal, e por isso acredito fervorosamente nas virtudes da abertura do comércio e dos mercados e na necessidade de separar o mais possível o Estado da esfera privada das empresas e dos cidadãos. Tenho a absoluta convicção que as barreiras ao livre comércio são o maior contributo para prolongar a pobreza dos países em vias de desenvolvimento e defendo sem hesitar os benefícios da destruição criativa (em que as empresas e organizações menos eficazes desaparecem para dar lugar a outras melhores e mais fortes) em que assenta o capitalismo, com tudo o que tal implica.

Acredito que protestar contra a globalização é a maior e mais conveniente desonestidade intelectual a que se pode dedicar a esquerda ociosa e aburguesada da Europa e América, porque atacar apenas as más condições de trabalho dos países menos desenvolvidos, em si um fim nobre e aceite por qualquer pessoa bem formada, é ignorar que foi precisamente a globalização que criou centenas de milhões de postos de trabalho que não existiam, e sem globalização não teríamos assistido à saída do campo, e à correspondente fuga da fome e miséria, de quatrocentos milhões de camponeses chineses nos últimos trinta anos, o maior movimento migratório de toda história da humanidade.

E no entanto, apesar de tudo isto, não fiquei triste com o veto do Governo, mesmo indo contra os meus princípios ideológicos, porque sei perfeitamente que amputar a PT, algo que provavelmente esta decisão apenas adiou, terá inevitavelmente consequências nefastas para o pequeno e atrasado país onde nasci e vivo.

Não fiquei, no entanto, contente por motivos puramente patrióticos, até porque isso significaria contradizer aquilo em que sempre acreditei, algo que não me vejo a fazer em nenhum domínio da vida. O meu contentamento, ou ausência de oposição, foi antes porque pessoalmente este processo me serviu para assinalar a evolução que a idade traz, e a forma como a vida nos ensina que podemos ter as ideias políticas que quisermos que apenas uma coisa permanece sempre constante: por mais que tenhamos ideais e nos mantenhamos idealistas, na maioria dos casos o pragmatismo acaba sempre por ser a melhor das ideologias.