Thursday, March 20, 2014

I Have a dream





















Ultimamente tenho andado a matutar, a reflectir, a pensar no futuro do meu País. Afinal, tem de haver alguma coisa que nós, portugueses, sejamos capazes de fazer melhor que qualquer outro povo do mundo, alguma coisa que seja o nosso petróleo, a nossa Nokia, a nossa saída. Recentemente, tive uma quase epifania, em que percebi que há um futuro possível em que somos todos tão ricos como príncipes sauditas.

É um plano em duas fases, ousado mas perfeitamente realizável se houver esforço e união de todos. A primeira fase é a mais difícil: temos que arranjar quem pague bom dinheiro por políticos incompetentes, porque existindo mercado poderemos potencialmente exportá-los, enfim, a todos.

Se noutros países a progressão na política se dá pela obra feita, e se escolhem para cargos de liderança aqueles com provas dadas ao longo da carreira, em Portugal existem especialistas com uma capacidade única e inimitável para progredir, degrau após degrau, por vezes até mesmo ao topo, sem nunca terem realizado ou provado coisíssima nenhuma.

Rentabilizado o filão, assim que tenhamos vendido todos os políticos (incluindo os jotas, por atacado, para estagiários e estafetas na Goldman Sachs), é aí que se revela a verdadeira genialidade do plano. É que ao contrário do petróleo, quando esgotarmos as reservas deste novo recurso, e cessarem as respectivas receitas, a economia do País não sofrerá qualquer efeito negativo, antes pelo contrário. É que por um lado, como toda a gente sabe desde os romanos, os portugueses não são passíveis de serem governados, pelo que a ausência de governantes pouca diferença fará ao andamento do nosso quotidiano, e por outro, com o dinheiro que sobra se eles deixarem de esbanjar e distribuir entre si os nossos impostos, poderemos todos gozar uma reforma dourada a partir dos 40 anos.