Monday, February 7, 2011

O que eu (não) tenho a dizer sobre o Facebook

Facebook é uma daquelas marcas que já nos habituámos a ouvir dita depois de palavras como "fenómeno", ou "explosão". É para mim no mínimo curioso que numa terra em que toda a gente opina, sobre tudo e sobre nada, não tenha havido ainda um único opinador oficial, dos que escrevem, dos que aparecem ou dos que acumulam as várias funções mediáticas, a falar sobre a rede social que toda a gente parece usar, da mesma forma clara e contundente de que parece falar sobre quase tudo.

Poderá ser porque poucos deles têm facebook, ou pouco o usam, e não querendo transparecer o seu menor à vontade com o fenómeno evitam analisá-lo, embora isto não livre alguns paladinos da presunção de omitirem uma opinião definitiva sobre o tema, de que o melhor exemplo é o artigo de opinião, que no mínimo se pode qualificar de cabotino, de Miguel Sousa Tavares no Expresso, um acumulado de lugares comuns e pensamento convencional digno de figurar no caixote do lixo de qualquer escola de jornalismo.

Face a esta lacuna evidente seria perfeitamente normal que eu mesmo a tentasse preencher. Afinal, qualquer pessoa que me conheça sabe que também tenho a irritante tendência de opinar sobre tudo e sobre nada, e apesar de não ter qualquer inclinação ou vontade de ser opinador oficial, ou auto-designada consciência das pessoas civilizadas (que pelo menos simpatizam com safaris e romances de aeroporto), já passei seguramente mais tempo no Facebook do que a maioria deles.

Não é isso, no entanto, que vou fazer. Podia justificar esta recusa com a mais pura lógica, porque o Facebook é um meio de comunicação como qualquer outro, e por isso opinar de forma reflectida e estruturada sobre o tema faz tanto sentido, e seria tão interessante, como analisar o funcionamento do serviço de correios.

Mas não é essa a razão principal da minha recusa. Escrever uma opinião reflectida e estruturada sobre o fenómeno do Facebook exige — como a forma desnecessariamente pomposa que acabei de usar para designar o tema, sem que ninguém estranhasse, indica —  tempo, esforço, e paciência, e acima de tudo que faça um esforço de atenção, ou melhor de desatenção, procurando o que normalmente não procuro e dando importância a coisas em que normalmente não reparo, até chegar a uma versão online de Voando sobre um ninho de cucos, povoado de personagens pitorescas e episódios picantes.

Não é que não conseguisse fazer a tal análise reflectida e estruturada, mas sinceramente não me apetece. No máximo, e de alguma forma quase contrariado, posso fazer uma resenha instantânea de algumas coisas que me apetece dizer aos meus amigos, com e sem aspas, sobre os seus comportamentos no Facebook, que nalguns casos exemplificam como é possível repetir até à exaustão hábitos sem sentido, sem nunca os questionar verdadeiramente.


  • Aos que acham que tudo tem significado, do comentário espontâneo e sem reflexão prévia ao 'like' que a pessoa que era secretamente a destinatária do vosso post não pôs, esqueçam. Faz tanto sentido como pensar que se aquela miúda gira nos sorriu no trânsito é porque nos escolheu para pai dos seus filhos. Há gente que simplesmente gosta das coisas, como há gente que sorri simplesmente porque é simpática, há gente que gosta e não diz, há quem se lembre de uma música lamechas enquanto está a ler Kafka, e não a cobiçar a vossa namorada. Caso não tenham reparado, existe vida fora do Facebook, e nesse capítulo mesmo quem nos adora não acompanha ou assinala tudo o que fazemos. Aliás, se acham normal que alguém acompanhe cada gesto vosso tenho três palavras para vos dizer: procurem ajuda especializada.
  • Para os demasiado ansiosos para ver o óbvio aqui vai: as pessoas não passam 24 horas por dia atentas à sua conta do facebook, a ver o que escrevemos. Às vezes não reagem porque não viram, porque não foram ao facebook ou estavam a ler um livro. E às vezes não põem 'likes' porque não gostam. Às vezes aquele amigo de há vinte anos não respondeu às vossas palavras porque estava ocupado a trabalhar, e depois já não as viu, não porque tenha ficado chateado por terem discordado dele numa guerra de comentários sobre a novela da noite ou o vosso clube de futebol. Se são daqueles que ficam tristes quando não vos respondem, tenho outras três palavras para vocês: get over it.
  • Para os que me propõem amizade sem nunca terem trocado uma palavra comigo, e depois variam entre segredar ao amigo do lado quando de facto estão à minha frente e abordar-me abertamente com ar chateado dizendo que "tu não me aceitaste" (juro), tenho uma pergunta: de que planeta são vocês?.
  • Aos que põem 'likes' aos seus próprios posts queria dizer que não vale a pena. Acreditem que toda a gente vai assumir que gostam de alguma coisa se fizeram o post, não é preciso reforçar. E se ninguém reparou ou gostou, e por isso não pôs um like, o facto de estar lá o vosso like não torna as coisas melhores. Aliás, até as torna piores
  • Aos que sentem que têm que escrever e dizer coisas, seja lá pelo que fôr, e por isso põem tudo o que fazem, minuto a minuto, na rede, tenho uma coisa simples a dizer: não quero, de todo, saber quando foram vocês à casa de banho. Acho piada ver a fotografia do peixe grelhado que um amigo mais afortunado comeu durante um almoço na praia, mas uma vez por mês chega. Se não me mandavam telegramas antigamente quando o faziam, não me ligavam para casa a avisar, nem sequer um SMS era necessário, por que carga de água tenho eu agora que saber sempre onde vocês andam? 
  • Aos que têm uma compulsão incontrolável para postar e emitir opiniões em comentários, e vão pondo o que lhes parece interessante sem se preocuparem com a ocupação selvagem do feed de todos os amigos que têm, grupo em que o autor destas linhas de resto se inclui, digo duas coisas: em primeiro lugar, por mais que os vossos amigos digam que gostam de vos ler, e por mais relevantes e válidas que sejam as coisas que põem, ou por mais assertiva que seja a vossa opinião e corrosivo o vosso humor, e por mais que isso até possa não ser mesmo só impressão vossa, assumam que há garantidamente quem já esteja completamente fartinho de ver a vossa cara no seu feed, e quem já vos tenha votado ao mesmo 'hide' que o farmville. A segunda é que no dia em que começarem a falar para o vosso "público", ou dito de outra forma no dia em que pensem que tal entidade existe, e que a vossa opinião é algo que as pessoas consideram para tomar decisões relevantes nas suas vidas, e precisam de ler as vossas ideias para serem felizes, esse é o dia em que passaram a viver no Facebook, ou no mínimo na imaginação do Miguel Sousa Tavares.
  • Aos que põem mensagens indirectas para alguém, habitualmente um ex namorado ou namorada com quem se está em plena fúria, que variam entre o ininteligível e o explícito, só tenho uma pergunta a fazer: têm a certeza que querem ter esta conversa à frente de quinhentas pessoas?
  • Aos que fazem do facebook um confessionário queria sugerir que fossem a  uma igreja, qualquer uma serve se é para desabafar, recomendo a Católica para confessar. Vantagem: tal como no Facebook, nada é inconfessável, mas ao menos é garantido que há menos de quinhentas pessoas a ouvir os vossos desabafos. Aos que respondem a esses mesmos desabafos comentando e debatendo o acontecimento, com a sapiência e conhecimento de causa de um Gabriel Alves em dia de relato da selecção nacional de futebol, faço outra pergunta: já repararam que não estão sozinhos na sala?
  • Aos que acham o Facebook perigoso, porque potencia comportamentos questionáveis ou libidinosos, ou a mistura de ambas as coisas, quero contar uma história: quando surgiu o telefone, o grande debate na sociedade americana era como esta revolução nas comunicações punha em causa a instituição familiar, ao fazer perigar a honra das senhoras, que agora eram potencial alvo de assédio por personagens mal intencionados, que podiam aproveitar o facto destas, pobrezinhas, estarem vulneráveis a atender telefonemas de estranhos com uma liberdade que não usariam, por exemplo, a abrir uma porta de suas casas na ausência dos maridos. Se a história vos parece ridícula, pensem nisto: daqui a umas décadas é assim que a vossa opinião de hoje parecerá. O Facebook não é perigoso, tal como o telefone não era, nem a rádio. A coisa mais perigosa do mundo é o ser humano, e o cérebro que o comanda, o resto são meras ferramentas. Ninguém se torna mau ao entrar numa rede social, no máximo passa a ter mais oportunidades de o ser, e nenhuma pessoa adulta se transforma miraculosamente num adolescente desorientado e faz coisas que não queira mesmo fazer.
  • Aos que passam a vida a pôr clips de música do Youtube, normalmente dentro do mesmo género: fazer isso de vez em quando tem piada,  fazer disso noventa e oito por cento da vossa participação, oito músicas de cada vez com mensagens pessoais e dedicatórias a acompanhar, só me dá saudades do tempo em que tinha que ligar o gira-discos para ouvir boa música.
  • Finalmente, e acabando na primeira das grandes manias associadas do facebook, aos que jogam ou jogaram farmville só quero fazer uma pergunta: dominaram o vício, caíram na realidade e largaram a quinta, ou entraram na clandestinidade e deixaram de pedir telhas e ovelhas para não serem instantânea e implacavelmente gozados pelos amigos?

20 comments:

  1. Que maravilha Rato. Está tudo ou quase tudo aí.
    Muito bom...e só rir!

    Paula Barbosa

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  2. Ana Cáceres MonteiroFebruary 8, 2011 at 9:47 AM

    Ahahahaha! tão bom. É mesmo isso. Adorei a das senhoras sozinhas em casa sujeitas a telefonemas de estranhos sedutores.

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  3. Vim a este post sugerido pela Ana. Excelente texto.

    Na mouche o tópico, sim, mas depois de ter levado uma ensaboadela gigantesca num curso sobre redes sociais passei a encarar o Facebook de outra forma.

    Também já passei pela fase de estar ansiosamente à espera da resposta a um comentário de um comentário e já "enxotei" família e amigos porque estava a fazer uma "coisa" muito importante no Facebook.

    Acontece que hoje em dia somos mais de 3 milhões de portugueses em linha, sim isso mesmo. É um número que me deixou abismado.
    O país com maior número de utilizadores são os EUA com quase 50% da população aderente ao Facebook e o segundo país do mundo: a Indonésia.

    Depois existem as páginas mais vistas. A nº 1 é a dos jogos de Poker online e em 19º lugar a do Cristiano Ronaldo :-)

    As marcas mais populares: Coca Cola e Starbucks com milhões de amigos cada e cada vez que publicam qualquer coisa as reacções são enormes, milhões de "likes" e centenas de milhares de comentários.

    Em termos comerciais as potencialidades são gigantescas.

    Não nos podemos esquecer o papel que o Facebook teve na recente revolta no Egipto, bem como o Twitter e que nas passadas três semanas a página do Facebook iloveallah.com teve um dos maiores crescimentos em termos percentuais.

    Recomendo a consulta do site www.socialbakers.com que tem estatísticas muito interessantes sobre o Facebook e para acabar em beleza passem pela página da Oreo no Facebook e vejam porque motivo esta simples frase "You eat Oreo cookies because…" teve quase 9.000 comentários e outros tantos "likes". É só um exemplo entre muitos da forma inteligente como as empresas estão a utilizar as redes sociais hoje em dia.

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  4. Ana: e o mais fabuloso, na história das senhoras sozinhas em casa, é que é MESMO verdade. :-)

    Rodrigo: obrigado, acho que a moral do texto (do que eu não escrevi, fazendo isto em vez disso) é de que o Facebook é um espelho do que somos, tão simples como isso, e aquilo que apontamos como características das redes sociais mais não são que lentes que aumentam as nossas próprias manias e peculiaridades. :-)

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  5. Ratinho, depois do que escreveste, estava na duvida, se haveria de "postar" ou não aqui no teu blog (apenas para não ser mais um post e ter e tua atenção). E resolvi fazê-lo porque ambos sabemos há muito tempo que para usar o Facebook nos dias de hoje, da mesma forma que usávamos as BBs's há 15-20 anos atrás como depois o mIRC passados uns aninhos, para isso é preciso ter tino na cabeçinha e principalmente "savoir etre", para não passarmos por "seres incomodativos".

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  6. Thanks Johnny (e obrigado Teresinha, também) ;)

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  7. Paulo: nunca deixes de postar, a mim só me incomodarás se estiveres calado :-)

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  8. Tá em grande, Rato. Ainda que me reveja nalguns exemplos e tema que tenha sido um daqueles pretensos humoristico-opinadores que tu fizeste "hide ;)

    abraço e parabéns!

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  9. hahahhahaha, mt bom paulo!!
    vou partilhar :)) ahahahhahahahahhahahaha


    abração!!

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  10. João: Thanks, só fiz hide a uma pessoa até hoje, que nem conhecia muito bem, e foi por perceber que pôr os menus do seu restaurante 8 vezes por dia era um bocadinho para além do razoável. Mais depressa fazia a mim mesmo... ;-)

    André: thanks. Be my guest ;-)

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  11. Está Genial! Toca praticamente em todos os pontos. Há uns que enfio o chapéu, há outros que, "realmente há quem não se toca". Mas há uma verdade, pelo menos para mim! O FB veio mais uma vez revolucionar a nossa sociedade e eu gosto de "revoluções". Todas elas nos trazem novas perspectivas e novas visões! Não há um dia... quase.. que não entre pelo menos 5m no FB. Gosto muito e Recomendo, porque aprendo, porque vou tendo noticias de quem gosto e não estou há muito, porque ouço músicas que nunca ouvi, outras que me dão uma certa nostalgia, porque posso conversar, porque posso ler uma noticia de 1ª hora... por tanta tanta coisa! Acima de tudo, porque posso partilhar com os meus amigos alguma coisa que gostava que pudessem ter vivido, etc etc, etc. Mas estou como tu Paulinho, há alguma esquisofrenia e a critica pela critica... faz mesmo parte do Ser Humano. Mas é como tudo, verdade!? Quem não sabe é como quem não vê! Beijos Muitos e continua, pois são estas coisas que fazem do FB uma rede ainda mais rica!

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  12. Boa Rato! É uma análise muito interessante e de facto o facebook mostra muito daquilo que somos. Só não mostra mais sobre aqueles que percebem que a exposição a que nos sujeitamos quando fazemos um "post" ou um comentário é demasiadamente grande e naturalmente desadequada para aquilo que pretendemos. O Facebook torna-se desinteressante quando já se mistura amigos com pessoas que conheces profissionalmente e que não têm necessáriamente que saber coisas da tua vida pessoal, que até te podem prejudicar profissionalmente, se é que me faço entender! Portanto, ou se faz uma "limpeza", ou se deixa de participar na coisa...!
    Independentemente do que acima referi, gostei muito da tua análise, apenas acho que podias ter incluído mais uns sub-tipos, nomeadamente, a malta das causas - muitas vezes ridículas - e a malta dos quizz's sobre os amigos que não passam de aplicações que pretendem ter acesso aos teus dados pessoais, sabe-se lá para que fins.
    Continua a opinar e a "postar", pois na grande maioria dos casos são assuntos interessantes que eu gosto de ler.
    Um abraço!

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  13. Obrigado, Nuno. Falta-me (ainda o hei-de pôr, isto era suposto ser um post 'work in progress' só para mostrar aos amigos, mas depois escapou-se-me) caracterizar o grupo dos silenciosos. Os outros (como te disse) é o 'hide'. Quanto à mistura dos pessoais e profissionais não sei se concordo totalmente contigo, embora eu só tenha no Fb contactos profissionais com quem me identifique pessoalmente. Acho que se não postares coisas da tua esfera íntima, que não dirias de qualquer forma por outros meios, pelo menos em público e fora do teu núcleo duro de amigos, dificilmente haverá grande problema em que centenas de pessoas que conheces vejam o que pensas e escreves.

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  14. Exacto Rato, essa é que é a questão! O que traz o grande sofrimento da exposição.... sofrimento ou não... depende. Não me arrependo muito porque gosto de ser quem sou e assim sendo restrinjo-me aos amigos quanto ao FB, assim posso expor-me á vontade e não estou a enganar ninguém! ;-)
    Ás vezes farto-me e desligo o FB, vários meses, depois quando estou mais tempo em casa a olhar para as paredes lá ligo a máquina outra vez... enfim.
    Muito fixe o teu texto, abraço,
    Vasco

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  15. Esta Biblia do facebook está divinal! Disseste verdades que fazem corar e outras tantas que aceleraram os meus batimentos cardíacos por descreveres tão bem, em tão poucas palavras, certas ‘Amélias’ que nos deixam com vergonha alheia!!! E nesse propóstio, acrescento 3 sugestões para o manual de sobrevivência:
    .Chat ou 'Bate-papo'(?!adoro esta expressão)está para o facebook como os sms ou as chamadas não atendidas estão para os tlms . Sugestão: Escolher opção hide (em modo permanente... se existisse!!) se não queres receber aqueles 'Olá!!' ou 'Q é feito?' inoportunos que, tantas vezes , se atrevem a amuar pq não respondemos com igual ênfase nem rapidez, para não dizer mesmo que alguns ignoramos descaradamente. O mesmo acontece com a pseudo-obrigação de ligarmos de volta às chamadas não atendidas do nosso tlm... Não percebo pq insistem em chatear-se com isso, há legislação p isso? Quem disse que quero atender? ou falar?!ou pior, quem disse que quero arriscar gastar o pouco saldo que me resta para, provavelmente, ouvir do outro lado ZERO de realmente importante!? Mais amor próprio, é só o que sugiro.
    .Posts em inglês, irritantemente forçados...Concordo que algumas palavras/expressões em inglês substituem 3 ou 4 linhas em português, confesso, tb ‘uso disso’...mas conversas inteiras em inglês, só porque...o quê?? Confia-te uma impressão mais inteligente? Não me obriguem a gramar testamentos em inglês (manhoso). Lamento, às vezes não estou preparada para tanto...a alternativa, a titulo de 'vingança', é fazer copy/ paste nas ferramentas de idiomas do google, de onde provavelmente resultará uma conversa enviezada ui ui...começam as conversas de surdo - mudo. Sugestão: Quando assim for, não nos devemos inibir, devemos responder um alegre ‘Oi?!’ (leia-se com pronúncia brasileira),ou um gozado ‘eu não falar muito bem o inglês, poder repetir mas em português?’
    Resumindo e baralhando:
    .Fazer menos género, na vida em geral, no facebook em particular.
    Bjsss
    Inês

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